12 de jul. de 2011

Definindo PRÊT-À-PORTER por ERIKA PALOMINO


"Prêt-à-porter é o nome francês para “pronto para usar” — que em inglês é o ready-to-wear. Em linhas gerais, pode-se dizer que o ready-to-wear significa a produção em série e em tamanhos predefinidos — o nosso velho e bom P-M-G. O advento do prêt-à-porter foi responsável pela real difusão da moda e pela adequação a novos tempos para consumidores e varejo.

O conceito de ready-to-wear teve suas origens no período entre-guerras. Depois da crise de 1929, os EUA passaram a cobrar um imposto de 90% sobre as roupas importadas da França (as americanas adoravam trazer de Paris seus vestidos de Elsa Schiaparelli, Madeleine Vionnet, Coco Chanel ou Jean Patou). Após a Depressão, só era permitido importar para o país telas e moldes. Essa restrição levou ao desenvolvimento de uma técnica de reprodução que se baseasse nessas telas e moldes. Os modelos, com estrutura simplificada, podiam finalmente ser fabricados em diferentes tamanhos, e os progressos dos materiais sintéticos permitiam que aquelas roupas fossem executadas a custos mais baixos do que as feitas com os tecidos nobres da alta-costura, liberando para uso materiais menos exclusivos.

Com os novos comportamentos reforçados pela Segunda Guerra, o prêt-à-porter se desenvolveu bastante. Em 1948, foi batizado assim em francês, pelos empresários Jean-Claude Wei e Albert Lempereur, numa tentativa de diferenciar, dar um upgrade a uma moda que, embora mais acessível, tivesse a grife de cada estilista. Mas a coisa toda explodiu nos anos 60, pelas mãos de um grupo de jovens criadores em que se incluíam Yves Saint Laurent e Pierre Cardin, este o primeiro a ter aberto um departamento de prêt-à-porter numa grande loja de departamentos parisiense, a Printemps.

Entretanto, foi mesmo Saint Laurent o principal artífice da novidade, ao criar, em 1966, uma coleção realmente feita em função das orientações industriais do prêt-à-porter, sem adaptar modelos vindos da alta-costura. Hoje, quando se ouve a palavra prêt-à-porter, logo se pensa nos sofisticados e exclusivos desfiles do prêt-à-porter parisiense, em que desfilam Jean-Paul Gaultier, Comme des Garçons, Chloé. Mas ele não é só isso. O prêt-à-porter feminino também tem suas temporadas no Brasil, e, em tese, o que se mostra na São Paulo Fashion Week também é prêt-à-porter."

Erika Palomino - A Moda

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