22 de fev. de 2011

HAUTE COUTURE - Alta Costura

"Enquanto houver mulheres em busca de elegância, de refinamento e de vestidos exclusivos, a alta-costura continuará a existir e fazer sonhar.”
Emilie Legendre
A alta-costura é uma linha de produção de roupas exclusivas e artesanais. Com no mínimo três provas antes da finalização, as medidas são quesito primordial na execução das peças que são registradas no Sindicado de Alta-Costura Parisiense. Este sindicato define regras de produção a serem seguidas para a entrada e permanência no mesmo.
Atualmente, 250 mulheres (aproximadamente) no mundo inteiro, consomem alta-costura constantemente. Portanto este setor, não envolve somente o desenvolvimento de uma linha de produtos e sim a execução dos mesmos com qualidade e comprimento das rigorosas pré-determinações do Sindicato de Alta-Costura Parisiense.
Hoje, 9 marcas são partidárias ao sindicato de alta-costura, mas ainda assim, empregam cerca de 4.500 pessoas e têm o faturamento médio de 500 milhões de euros, não surpreendendo, já que um tailleur pode custar 20 mil dólares e um vestido de noiva alcançar o preço de 300 mil dólares.




Givenchy Haute Couture Spring Summer 2011

 A palavra de origem francesa couture significa costura ou trabalho de agulha. Haute Couture é estilismo e execução de alta qualidade. O estilista cria modelos com base em uma tela feita de linho ou musselina. As peças decalcadas da tela são executadas sob medida para clientes.
Um sindicato de estilistas, a Chambre Syndicale de La Confection et de La Couture pour Dames et Filletes, foi fundado em Paris, em 1868, para evitar que os modelos fossem plagiados. Em 1910, a Chambre Syndicale de La Couture Parisiense (couturiers não ligados à corporação original e que formavam, a organização anteriormente mencionada) mostrou suas coleções conjuntamente, de maneira a promover a moda francesa no exterior. Terminada a Segunda Guerra Mundial, o sindicato criou, em 1945, uma exibição itinerante de roupas, o Théâtre de La Mode, para restabelecer Paris como a capital mundial da moda. O sindicato, que faz parte de Fédération Française de La Couture Du Prèt-à-porter dês Couturies et des Créateurs de Mode, é também conhecido como Chambre Syndicale de La Couture.
 A organização determina que as maisons de couture devem empregar, no mínimo, vinte pessoas nos ateliers; devendo ainda mostrar para a imprensa reunida em Paris, no mínimo, cinqüenta modelos originais para coleções de primavera/verão (apresentadas em janeiro) e para outono/inverno (em julho). As criações exibidas podem tanto ser feitas para clientes da respectiva casa como vendidas para compradores autorizados, em moldes de papel ou de tela. A haute couture conta, em grande parte, com um grupo numeroso de especialistas, que fazem botões, luvas, bijuterias, chapéus e adornos com altíssimo nível de qualidade. A haute couture é trabalhosa e cara. Em 1946 eram 106 casas de alta-costura. Por volta de 1997, esse número havia caído para dezoito, com cinco casas associadas. As maisons permitem que fabricantes tenham o direito de usar os seus nomes em peças de roupas e acessórios. (CALLAN, Georgina O’Hara, Enciclopédia da Moda, 2007, p.158, 159)

As roupas de alta-costura são produzidas com exclusividade, conforme as medidas da cliente ou da manequim (no caso de peças confeccionadas para desfiles). Normalmente, são executadas três provas até que o modelo esteja concluído.
Criar uma coleção de alta-costura não envolve apenas o trabalho de um estilista e de sua equipe de colaboradores. Trata-se de um ritual que segue tradições do século passado e que obedece às rígidas normas da Chambre Syndicale de La Couture Parisienne. Os modelos devem ser desenvolvidos artesanalmente e elaborados por meio da idéia inicial do estilista num toile (molde em tecido de algodão ou forro) para depois ser confeccionado no tecido que lhe for designado.
Ao executar uma coleção, um estilista chega a desenhar até 1000 esboços para, só então, escolher os que irão compor a coleção. Até os anos 90, o Chambre Syndicale de La Couture Parisienne estipulava que uma coleção de alta-costura deveria apresentar, pelo menos, 75 modelos. O minucioso trabalho manual envolvido nessas peças, que pode chegar a centenas de horas de bordado e custos incalculáveis, manteve, durante muito tempo, grandes nomes da moda afastados da alta-costura. Depois que a exigência mínima de modelos caiu para 50 é que nomes consagrados como Jean Paul Gaultier e Thierry Mugler conseguiram inserir-se nesse seleto grupo.
O que mais diferencia a alta-costura do processo industrial não é apenas a exclusividade do modelo, mas a técnica como ele é construído. Isso, de fato, pouco mudou de 1900 até os dias de hoje, embora as opções de materiais a serem utilizados tenham crescido exponencialmente. (TREPTOW, Doris, Inventando Moda: planejamento de coleção, 2005, p.34, 35, 36).

Atualmente, existem treze marcas de roupas credenciadas ao Chambre Syndicale de La Couture Parisienne. Dentre as treze, nove são residentes e quatro são membros correspondentes.
As residentes são:
·         Adeline André
·         Anne Valerie Hash
·         Chanel
·         Christian Dior
·         Franck Sorbier
·         Givenchy
·         Jean Paul Gaultier
·         Maurizio Galante
·         Stéphane Holland
Os membros correspondentes:
·         Elie Saab
·         Maison Martin Margiela
·         Valentino

Segundo Gustavo Lins (brasileiro que faz parte da alta-costura), “Paris precisa continuar exportando a sua imagem de centro de requinte do mundo. A alta-costura é necessária para manter a imagem e lembrar ao mundo que é em Paris, onde se produz o que há de mais refinado na moda. Esta atividade é o laboratório da criação, não tem como terminar.”
João Braga se posiciona em relação a alta-costura e afirma:
“A alta-costura nunca vai terminar, simplesmente porque o luxo não tem fim”

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